Reunião no TCE buscará solução para aquisição de sementes para programa Hora de Plantar


Representantes do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE), da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), produtores de sementes e parlamentares irão se reunir na próxima quarta-feira (16), na sede da Corte de Contas. O objetivo é definir os procedimentos legais que possibilitem a aquisição de sementes para o programa Hora de Plantar, do Governo do Estado, pelos produtores do Ceará. As sementes vinham sendo adquiridas por meio de convênio, o que foi considerado irregular pelos técnicos do TCE-CE, conforme esclareceu o secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins.

ASSEMBLEIA 11

Participaram do encontro, representando o TCE-CE, o Chefe da Coordenadoria Técnica, Teni Cordeiro; e o diretor da 14ª Inspetoria de Controle Externo (14ª ICE), Daniel Cavalcante.

 

A decisão de realizar este encontro foi tirada durante reunião da Comissão de Agropecuária, nesta quinta-feira (10), presidida pelo deputado Hermínio Resende (PSL), atendendo a requerimento do deputado Cirilo Pimenta (PSD). Também participaram os parlamentares Dedé Teixeira (PT) e Roberto Mesquita (PV).

 

Durante a reunião, Cirilo Pimenta destacou a importância do Hora de Plantar para a agricultura do Estado. Criada, segundo ele, em 1987, pelo então governador Tasso Jereissati, a iniciativa assegura a distribuição de sementes selecionadas para os agricultores cearenses e o incremento significativo da produção agrícola, frisou o parlamentar.

 

Porém, segundo o deputado, o programa está enfrentando problemas de ordem jurídica que poderiam impedir a compra das sementes do produtor do Estado, favorecendo o ingresso de empresas multinacionais como a Monsanto. Cirilo Pimenta salientou que as sementes produzidas no Ceará são fruto de anos de aperfeiçoamento genético de pesquisas da Embrapa e Universidade Federal do Ceará. Isso, disse, assegura que o produto entregue aos agricultores tenha um alto poder de germinação, avanço que permitiu o Estado bater recorde de produção no ano passado.

 

Além dessas garantias ao produtor local, Cirilo Pimenta frisou que cerca de quatro mil famílias do Estado trabalham na produção de sementes, e a compra de outros estados poderia gerar problemas sociais no setor. "Sabemos que no Maranhão a semente é vendida a R$ 4,50, enquanto que, no Ceará, o preço é de R$ 1,80 o quilo. Se for para a livre concorrência, uma multinacional poderá se utilizar do dumping, por até quatro anos, tornando impraticável esse setor produtivo no Ceará", acentuou.

 

O secretário Nelson Martins, presente ao encontro, disse que tem se reunido com analistas de controle externo do TCE-CE para buscar uma solução que não inviabilize o processo de compras de semente. Ele afirmou que a legislação produz algumas exigências que precisam ser observadas, mas que deverá ser encontrada uma solução que atenda a todos.

 

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Sabóia, defendeu a manutenção do programa e a reserva de mercado, para que não surjam problemas no futuro.

 

O diretor da 14ª ICE, Daniel Cavalcante, disse que o Tribunal não tem interesse de fomentar agricultura de outros estados em detrimento da nossa. “Reconhecemos a qualidade e o êxito do programa, mas queremos uma maneira que haja legalidade. Sugerimos um credenciamento onde todos os produtores possam fornecer da mesma forma”, propôs.

 

(Com informações da Assembleia Legislativa)


Rua Sena Madureira, 1047 - CEP: 60055-080 - Fortaleza/CE - (85) 3488.5900 - Ouvidoria - 0800 079 6666 - ouvidoria@tce.ce.gov.br

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

Rua Sena Madureira, 1047 - CEP: 60055-080 - Fortaleza/CE - (85) 3488.5900 - Ouvidoria - 0800 079 6666

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.